Na segunda oficina que aconteceu no domingo às 11hs, eu e Bárbara, com um seleto público de quatro pessoas, realizamos a oficina que...bem, esqueci do nome científico...trata de pensar Arte e cotidiano. Trabalhando com objetos banais, as duas duplas construíram seus trabalhos, como mostram as fotos; e o melhor, a reflexão que se seguiu fez valer o empenho das dedicadas oficineiras. Agradecemos a Flávia da Imprensa pela realização das imagens.
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
Na segunda oficina que aconteceu no domingo às 11hs, eu e Bárbara, com um seleto público de quatro pessoas, realizamos a oficina que...bem, esqueci do nome científico...trata de pensar Arte e cotidiano. Trabalhando com objetos banais, as duas duplas construíram seus trabalhos, como mostram as fotos; e o melhor, a reflexão que se seguiu fez valer o empenho das dedicadas oficineiras. Agradecemos a Flávia da Imprensa pela realização das imagens.
sábado, 20 de outubro de 2007
Despedida de Camnitzer
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
nem pé nem cabeça
um mísero mês nos separa... ou, dizendo melhor, um mísero mês (quase um míssil) e cada um cada cara...
enfim, (ou quase) hoje, depois de onze horas, revivemos (carina e eu) a oficina da curadoria. um eja pré-conversas, ou(viu) atentamente a nossa história e os objetos viraram mostras em minutos.
nada novo:: só mais um sopro na poeira cósmica.
abraço a todos
beco
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
Três Fronteiras - um novo rumo
Conversas (não a mostra) sempre são boas pra matarmos alguns bichos e fazermos renascer outros.
Sexta foi um dia de conversa entre as equipes do Espaço Educativo e do Três Fronteiras. Entre cobras e bichos de madeira, todos saíram vivos.
E, com certeza, as duas oficinas que foram realizadas lá hoje herdaram um pouco da purificação desse momento.
Ambas foram com a ESCOLA URUGUAI, com a 6ª série.
A primeira foi com parte da turma, antes da mostra. A tarefa deles era a de, divididos em três grupos de exploradores, desbravar um país chamado Tríplice Fronteira. Um dos grupos revelaria para o mundo a moeda deste local, seu nome, seu valor, etc. O outro publicaria um dicionário com as palavras do local, nomeando o idioma, etc. O terceiro delimitaria o território, a vegetação, a população.
A conexão da turma foi fundamental para que o trabalho saísse melhor do que o esperado. Tivemos um país em forma de triângulo, com 65 habitantes, com apenas um rio e cuja fronteira fica no meio do país. O idioma deles é o ILIG EMIAJ (leia ao contrário) e as palavras foram baseadas na inversão das palavras em português também. A moeda é o GAMA, é feita de prata e 1 GAMA vale 1000 reais.
A segunda oficina, com a outra parte da turma surgiu logo após o último trabalho que eles visitaram, o da Minerva Cuevas. Discutiu-se sobre a presença das empresas na nossa vida, tendo como exemplo-mor a Coca-Cola. Aí se fez referência a outro trabalho da Minerva, aquele em que ela modifica rótulos de produtos e remarca no supermercado. A tarefa aqui era a de cada grupo pensar em uma marca, logomarca, slogan ou campanha que gostaria de modificar a fim de mudar a imagem que a empresa transmite.
Foi mesmo muito bom!
Obrigado à turma pelo empenho.
Às professoras, por trabalharem junto.
À Cecília, pela ótima mediação.
À Vanessa, que pegou a turma depois da oficina (como foi?).
muito massa!
Muito bem dito, Estêvão. Também quero comunicar meu contentamento por estar fazendo parte desta rica experiência. Um ótimo campo de diversidades, adversidades e liberdades nascentes.
Um grande abraço em cada um dos colegas: oficineiros, mediadores, coordenadores...
zé
domingo, 7 de outubro de 2007
Cinco semanas se passaram...
Sou feliz por ter o privilégio de fazer parte desta equipe e por poder fazer este trabalho.
domingo, 30 de setembro de 2007
Despedida
Boa sorte com a saúde da família e com os estudos.
Obrigado pelo empenho e pela colaboração.
Ficaremos com saudade.
Um abraço,
em nome de toda a equipe.
Estêvão
sábado, 29 de setembro de 2007
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
Pessoal do interior
Na sexta (dia 28/09), recebi uma turma de Nova Roma do Sul, uma cidadezinha perdida no Rio Grande do Sul, como eles mesmos definiram. Realmente, a oficina, tem um diferencial, pois foi feita em duas partes. Primeiro, o Mateus, de manhã, fez uma oficina com eles ligada a mostra
Conversas, propondo trabalhar com histórias sobre as obras vistas. Depois eles reuniram-se em trios e continuaram a história visualmente (o Mateus pode dar mais detalhes, pois a idéia partiu dele). À tarde, as pobres criaturas continuariam as visitas, no Zona Franca e Três Fronteiras. A mim coube ministrar a oficina na mostra 3F. e assim, com a idéia do Mateus, continuar a oficina da manhã, mas agregando nas histórias as questões do contrabando, da cultura indígena, os mototaxistas....Enfim saiu umas viagens, como a linha do tempo de vida de uma cachorrinha chamada Lili, o assassinato misterioso de uma mulher, a bruxa que andava de vassoura e às vezes andava de mototaxi e cuidava de uma árvore que realizava desejos...São pequenas pérolas que os alunos, da oitava série da única escola pública da cidade, trabalharam na Bienal. E como eles disseram, assim como suas histórias, "a Arte de hoje, não tem pé nem cabeça, e assim fica divertido".
Ana Lídia, 17hs15min.
sábado, 22 de setembro de 2007
eu vim lááá da fronteira e não sei falar javanês
EXPERIÊNCIAS NO TRÊS FRONTEIRAS - mediador José
(O Espaço Onde O Tempo É Outro, As Questões São Polêmicas E Os Mediadores São Iluminados)
E como a oficina acaba se expressando fundamentalmente pela discussão e ação dos papéis, fica a dúvida sobre o link com a arte visual e contemporânea. Será que os participantes das oficinas estão fazendo as relações com as obras? Bom, pessoalmente, sempre acho que a experiência é válida e que ela produz resultados, mesmo a médio e longo prazos. É claro que o fechamento verbal pode, muitas vezes, contribuir no sentido de oferecer um elemento a mais (a voz, a idéia, o pensamento) na hora de o indivíduo relacionar as coisas. Mas não tenho a menor dúvida de que, mesmo sem a verbalização ou o fechamento conceitual ou o link direto com o campo das artes, alguma coisa acontece. Ainda mais se se tornar possível e direta a relação dos questionamentos elucidados pelos artistas com acontecimentos da vida cotidiana.
De toda forma, essa questão levantada pelo Montanha me fez pensar diferente e me preparar um pouco mais antes das oficinas no Três Fronteiras.
Fiquei contente ao ver que mais uma vez cabia a mim ministrar uma oficina para surdos. E dessa vez no Três Fronteiras. Imaginei estar nesta turma a possibilidade de trabalhar uma nova forma de ver esta mostra. E a experiência foi bem satisfatória.
Após situar o contexto da Mostra em questão, propus que eles fossem artistas que estavam em Porto Alegre, mais especificamente no cais, como se aqui fosse a Tríplice Fronteira – idéia lançada pelo próprio Montanha. Aqui eles encontraram um exemplar de uma espécie de sapo que estaria em extinção. Como os artistas poderiam resolver esse problema com uma obra?
Eles foram divididos em três grupos. Cada qual dispôs de um tipo de material diferente para realizar o trabalho: giz de quadro, papel e giz de cera e o próprio corpo. Foi ótimo, mais uma vez, ver como eles resolveram de maneiras tão diversas a proposta.
O grupo com o giz, riscando na mesa, compôs uma série de manifestações da natureza. Eles sugeriram que o sapo precisaria estar em contato com a natureza, com a árvore, com a chuva (chovia no dia), para poder se sentir melhor.
O grupo com o giz de cera e as folhas de papel (preto) desenharam um grande sapo e um grande menino. Para eles, era necessário que o homem cuidasse do sapo para que ele não se sentisse sozinho e não se extinguisse.
O grupo que iria criar uma obra dramática sugeriu que cada um deles seria um animal. Fizeram um círculo, com o sapo no centro e, após falar como cada um cuidaria do sapo, fizeram uma grande roda em torno dele para protegê-lo.
Por motivos óbvios, não foi possível fazer um fechamento verbal profundo, mas tenho certeza de que a experiência visual, tátil e corporal, movidas para resolver a questão foram (ou serão) suficientemente transformadoras.
Montanha e eu passamos para o espaço do Três Fronteiras. Lá pegamos cada qual uma turma da mesma escola (Luciana de Abreu, de Viamão), de 3ª e 4ª séries. Os trabalhos foram muito bons. Convido o Montanha a compartilhar a sua aqui.
Quanto à que me coube, como fiquei sabendo que eles tinham passado pelo William Kentridge, propus que, distribuídos em 3 mesas, compusessem um quadro, inspirados pelo artista, mas de maneira livre e usando giz.
Em seguida, busquei fazê-los ver que o que tinham criado era uma maneira própria de expressão do grupo, de identidade. Aquilo que tinham feito na mesa era como o grupo deles falava, se identificava, assim como fizeram os moto-taxistas do Jaime Gili. Eles tinham a tarefa, então, de transferir para o papel todos os símbolos que consideraram interessantes e que poderiam compor o ALFABETO DO SEU GRUPO.
O resultado foi bem interessante, a ponto de uma menina chegar e me perguntar se poderia continuar fazendo aquilo na escola, depois. Fiquei imaginando que isso poderia render bastante, eles realmente criando outros símbolos – já menos presos ao condicionamento inicial – e produzir os adesivos para se identificarem. Talvez numa oficina maior.
Surge a luz que faltava, enquanto folheio um livro de obras do Daniel Bozhkov (outros mediadores: visitem a biblioteca aqui do Espaço Educativo: tem bastante material interessante). Há um trabalho do Daniel que consistiu basicamente no seguinte: visitando Istambul (capital da Turquia), ao lado de sua mãe, Daniel observou que ali estava muito presente a cultura turca, da qual ele se origina, mas que, num certo aspecto, permanece ali, de maneira quase clandestina. Com a anexação do país ao Império Otomano, grande parte dos costumes e palavras se perde e se dilui. É graças à existência de pessoas como a mãe de Daniel que essas palavras ainda podem ser ouvidas e compartilhadas. Então ele faz uma relação destas palavras que vai ouvindo e as transcreve de forma iconográfica. Seleciona alguns símbolos mais significativos e, após um diálogo com os confeiteiros, os convence a produzir pretzels nos formatos dos ícones – inclusive ajudando-os a fazer. Segundo Daniel, até agora eles seguem produzindo os pretzels nos formatos bizarros.
Bom, expondo-lhes esse breve (e não livre de erros) resumo, proponho que, divididos em grupos, relembrem de palavras e expressões ligados à sua cultura, aos seus antepassados. Eles listam dez palavras. Então, reproduzem graficamente sete dessas dez. Em seguida, tornando os desenhos o mais sintéticos e diretos possível (como os ícones, as logomarcas), eles os transferirão para etiquetas adesivas, que poderão ser usadas para identificar o grupo ou, melhor, popularizar, tornar visível (assim como fazem os publicitários) uma expressão que não é muito conhecida, que pode até ser risível aos ouvidos dos amigos.
A referência direta, além do Daniel e da Minerva Cuevas, que adultera logomarcas de grandes empresas para re-etiquetar produtos no supermercado, é o último trabalho que eles viram na Mostra Três Fronteiras, o do Jaime Gili. Busco atentá-los para as cores que são usadas com freqüência na publicidade, inclusive na palavra TAXI, do Jaime; também para as formas, para a transformação de palavras em desenhos, etc.
A turma é um 3º ano do Ensino Médio, da cidade de Araricá, a uma hora de Porto Alegre. Eles se mostram muito tímidos, inclusive durante todo o percurso da mediação, mas os resultados são bastante satisfatórios. Apesar da timidez, eles estão atentos e se envolvem no trabalho. Ao fim, a diretora da escola falou a eles que estava surpresa, pois eles eram muito agitados em sala de aula.
Acabei passando uns dez minutos do tempo previsto, mas foi por uma boa causa. Eles estavam mais à vontade no final e, depois de eu pegar algumas logomarcas de “presente” e colar no jaleco bobesponjístico, alguns fizeram o mesmo. Também foi ótimo ouvir alguns falarem sobre as expressões que originaram os ícones.
MEU CHAPÉU! (algo como MINHA NOSSA!)
TÁ LIGADO?
FORA DA GAIOLA (ou GALOIA)
ZIZINHO (como a vó de um deles o chama)
PRETO (designação para camarada, grande amigo)
BIZONHO
Imagino que se perceba aqui uma boa evolução a partir da provocação e do questionamento do Montanha. Fiquei bastante satisfeito e louco para mais provocações.
e aqui um pouco do Anibal Lopez, por Estêvão