Na segunda oficina que aconteceu no domingo às 11hs, eu e Bárbara, com um seleto público de quatro pessoas, realizamos a oficina que...bem, esqueci do nome científico...trata de pensar Arte e cotidiano. Trabalhando com objetos banais, as duas duplas construíram seus trabalhos, como mostram as fotos; e o melhor, a reflexão que se seguiu fez valer o empenho das dedicadas oficineiras. Agradecemos a Flávia da Imprensa pela realização das imagens.
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
Na segunda oficina que aconteceu no domingo às 11hs, eu e Bárbara, com um seleto público de quatro pessoas, realizamos a oficina que...bem, esqueci do nome científico...trata de pensar Arte e cotidiano. Trabalhando com objetos banais, as duas duplas construíram seus trabalhos, como mostram as fotos; e o melhor, a reflexão que se seguiu fez valer o empenho das dedicadas oficineiras. Agradecemos a Flávia da Imprensa pela realização das imagens.
sábado, 20 de outubro de 2007
Despedida de Camnitzer
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
nem pé nem cabeça
um mísero mês nos separa... ou, dizendo melhor, um mísero mês (quase um míssil) e cada um cada cara...
enfim, (ou quase) hoje, depois de onze horas, revivemos (carina e eu) a oficina da curadoria. um eja pré-conversas, ou(viu) atentamente a nossa história e os objetos viraram mostras em minutos.
nada novo:: só mais um sopro na poeira cósmica.
abraço a todos
beco
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
Três Fronteiras - um novo rumo
Conversas (não a mostra) sempre são boas pra matarmos alguns bichos e fazermos renascer outros.
Sexta foi um dia de conversa entre as equipes do Espaço Educativo e do Três Fronteiras. Entre cobras e bichos de madeira, todos saíram vivos.
E, com certeza, as duas oficinas que foram realizadas lá hoje herdaram um pouco da purificação desse momento.
Ambas foram com a ESCOLA URUGUAI, com a 6ª série.
A primeira foi com parte da turma, antes da mostra. A tarefa deles era a de, divididos em três grupos de exploradores, desbravar um país chamado Tríplice Fronteira. Um dos grupos revelaria para o mundo a moeda deste local, seu nome, seu valor, etc. O outro publicaria um dicionário com as palavras do local, nomeando o idioma, etc. O terceiro delimitaria o território, a vegetação, a população.
A conexão da turma foi fundamental para que o trabalho saísse melhor do que o esperado. Tivemos um país em forma de triângulo, com 65 habitantes, com apenas um rio e cuja fronteira fica no meio do país. O idioma deles é o ILIG EMIAJ (leia ao contrário) e as palavras foram baseadas na inversão das palavras em português também. A moeda é o GAMA, é feita de prata e 1 GAMA vale 1000 reais.
A segunda oficina, com a outra parte da turma surgiu logo após o último trabalho que eles visitaram, o da Minerva Cuevas. Discutiu-se sobre a presença das empresas na nossa vida, tendo como exemplo-mor a Coca-Cola. Aí se fez referência a outro trabalho da Minerva, aquele em que ela modifica rótulos de produtos e remarca no supermercado. A tarefa aqui era a de cada grupo pensar em uma marca, logomarca, slogan ou campanha que gostaria de modificar a fim de mudar a imagem que a empresa transmite.
Foi mesmo muito bom!
Obrigado à turma pelo empenho.
Às professoras, por trabalharem junto.
À Cecília, pela ótima mediação.
À Vanessa, que pegou a turma depois da oficina (como foi?).
muito massa!
Muito bem dito, Estêvão. Também quero comunicar meu contentamento por estar fazendo parte desta rica experiência. Um ótimo campo de diversidades, adversidades e liberdades nascentes.
Um grande abraço em cada um dos colegas: oficineiros, mediadores, coordenadores...
zé
domingo, 7 de outubro de 2007
Cinco semanas se passaram...
Sou feliz por ter o privilégio de fazer parte desta equipe e por poder fazer este trabalho.
domingo, 30 de setembro de 2007
Despedida
Boa sorte com a saúde da família e com os estudos.
Obrigado pelo empenho e pela colaboração.
Ficaremos com saudade.
Um abraço,
em nome de toda a equipe.
Estêvão
sábado, 29 de setembro de 2007
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
Pessoal do interior
Na sexta (dia 28/09), recebi uma turma de Nova Roma do Sul, uma cidadezinha perdida no Rio Grande do Sul, como eles mesmos definiram. Realmente, a oficina, tem um diferencial, pois foi feita em duas partes. Primeiro, o Mateus, de manhã, fez uma oficina com eles ligada a mostra
Conversas, propondo trabalhar com histórias sobre as obras vistas. Depois eles reuniram-se em trios e continuaram a história visualmente (o Mateus pode dar mais detalhes, pois a idéia partiu dele). À tarde, as pobres criaturas continuariam as visitas, no Zona Franca e Três Fronteiras. A mim coube ministrar a oficina na mostra 3F. e assim, com a idéia do Mateus, continuar a oficina da manhã, mas agregando nas histórias as questões do contrabando, da cultura indígena, os mototaxistas....Enfim saiu umas viagens, como a linha do tempo de vida de uma cachorrinha chamada Lili, o assassinato misterioso de uma mulher, a bruxa que andava de vassoura e às vezes andava de mototaxi e cuidava de uma árvore que realizava desejos...São pequenas pérolas que os alunos, da oitava série da única escola pública da cidade, trabalharam na Bienal. E como eles disseram, assim como suas histórias, "a Arte de hoje, não tem pé nem cabeça, e assim fica divertido".
Ana Lídia, 17hs15min.
sábado, 22 de setembro de 2007
eu vim lááá da fronteira e não sei falar javanês
EXPERIÊNCIAS NO TRÊS FRONTEIRAS - mediador José
(O Espaço Onde O Tempo É Outro, As Questões São Polêmicas E Os Mediadores São Iluminados)
E como a oficina acaba se expressando fundamentalmente pela discussão e ação dos papéis, fica a dúvida sobre o link com a arte visual e contemporânea. Será que os participantes das oficinas estão fazendo as relações com as obras? Bom, pessoalmente, sempre acho que a experiência é válida e que ela produz resultados, mesmo a médio e longo prazos. É claro que o fechamento verbal pode, muitas vezes, contribuir no sentido de oferecer um elemento a mais (a voz, a idéia, o pensamento) na hora de o indivíduo relacionar as coisas. Mas não tenho a menor dúvida de que, mesmo sem a verbalização ou o fechamento conceitual ou o link direto com o campo das artes, alguma coisa acontece. Ainda mais se se tornar possível e direta a relação dos questionamentos elucidados pelos artistas com acontecimentos da vida cotidiana.
De toda forma, essa questão levantada pelo Montanha me fez pensar diferente e me preparar um pouco mais antes das oficinas no Três Fronteiras.
Fiquei contente ao ver que mais uma vez cabia a mim ministrar uma oficina para surdos. E dessa vez no Três Fronteiras. Imaginei estar nesta turma a possibilidade de trabalhar uma nova forma de ver esta mostra. E a experiência foi bem satisfatória.
Após situar o contexto da Mostra em questão, propus que eles fossem artistas que estavam em Porto Alegre, mais especificamente no cais, como se aqui fosse a Tríplice Fronteira – idéia lançada pelo próprio Montanha. Aqui eles encontraram um exemplar de uma espécie de sapo que estaria em extinção. Como os artistas poderiam resolver esse problema com uma obra?
Eles foram divididos em três grupos. Cada qual dispôs de um tipo de material diferente para realizar o trabalho: giz de quadro, papel e giz de cera e o próprio corpo. Foi ótimo, mais uma vez, ver como eles resolveram de maneiras tão diversas a proposta.
O grupo com o giz, riscando na mesa, compôs uma série de manifestações da natureza. Eles sugeriram que o sapo precisaria estar em contato com a natureza, com a árvore, com a chuva (chovia no dia), para poder se sentir melhor.
O grupo com o giz de cera e as folhas de papel (preto) desenharam um grande sapo e um grande menino. Para eles, era necessário que o homem cuidasse do sapo para que ele não se sentisse sozinho e não se extinguisse.
O grupo que iria criar uma obra dramática sugeriu que cada um deles seria um animal. Fizeram um círculo, com o sapo no centro e, após falar como cada um cuidaria do sapo, fizeram uma grande roda em torno dele para protegê-lo.
Por motivos óbvios, não foi possível fazer um fechamento verbal profundo, mas tenho certeza de que a experiência visual, tátil e corporal, movidas para resolver a questão foram (ou serão) suficientemente transformadoras.
Montanha e eu passamos para o espaço do Três Fronteiras. Lá pegamos cada qual uma turma da mesma escola (Luciana de Abreu, de Viamão), de 3ª e 4ª séries. Os trabalhos foram muito bons. Convido o Montanha a compartilhar a sua aqui.
Quanto à que me coube, como fiquei sabendo que eles tinham passado pelo William Kentridge, propus que, distribuídos em 3 mesas, compusessem um quadro, inspirados pelo artista, mas de maneira livre e usando giz.
Em seguida, busquei fazê-los ver que o que tinham criado era uma maneira própria de expressão do grupo, de identidade. Aquilo que tinham feito na mesa era como o grupo deles falava, se identificava, assim como fizeram os moto-taxistas do Jaime Gili. Eles tinham a tarefa, então, de transferir para o papel todos os símbolos que consideraram interessantes e que poderiam compor o ALFABETO DO SEU GRUPO.
O resultado foi bem interessante, a ponto de uma menina chegar e me perguntar se poderia continuar fazendo aquilo na escola, depois. Fiquei imaginando que isso poderia render bastante, eles realmente criando outros símbolos – já menos presos ao condicionamento inicial – e produzir os adesivos para se identificarem. Talvez numa oficina maior.
Surge a luz que faltava, enquanto folheio um livro de obras do Daniel Bozhkov (outros mediadores: visitem a biblioteca aqui do Espaço Educativo: tem bastante material interessante). Há um trabalho do Daniel que consistiu basicamente no seguinte: visitando Istambul (capital da Turquia), ao lado de sua mãe, Daniel observou que ali estava muito presente a cultura turca, da qual ele se origina, mas que, num certo aspecto, permanece ali, de maneira quase clandestina. Com a anexação do país ao Império Otomano, grande parte dos costumes e palavras se perde e se dilui. É graças à existência de pessoas como a mãe de Daniel que essas palavras ainda podem ser ouvidas e compartilhadas. Então ele faz uma relação destas palavras que vai ouvindo e as transcreve de forma iconográfica. Seleciona alguns símbolos mais significativos e, após um diálogo com os confeiteiros, os convence a produzir pretzels nos formatos dos ícones – inclusive ajudando-os a fazer. Segundo Daniel, até agora eles seguem produzindo os pretzels nos formatos bizarros.
Bom, expondo-lhes esse breve (e não livre de erros) resumo, proponho que, divididos em grupos, relembrem de palavras e expressões ligados à sua cultura, aos seus antepassados. Eles listam dez palavras. Então, reproduzem graficamente sete dessas dez. Em seguida, tornando os desenhos o mais sintéticos e diretos possível (como os ícones, as logomarcas), eles os transferirão para etiquetas adesivas, que poderão ser usadas para identificar o grupo ou, melhor, popularizar, tornar visível (assim como fazem os publicitários) uma expressão que não é muito conhecida, que pode até ser risível aos ouvidos dos amigos.
A referência direta, além do Daniel e da Minerva Cuevas, que adultera logomarcas de grandes empresas para re-etiquetar produtos no supermercado, é o último trabalho que eles viram na Mostra Três Fronteiras, o do Jaime Gili. Busco atentá-los para as cores que são usadas com freqüência na publicidade, inclusive na palavra TAXI, do Jaime; também para as formas, para a transformação de palavras em desenhos, etc.
A turma é um 3º ano do Ensino Médio, da cidade de Araricá, a uma hora de Porto Alegre. Eles se mostram muito tímidos, inclusive durante todo o percurso da mediação, mas os resultados são bastante satisfatórios. Apesar da timidez, eles estão atentos e se envolvem no trabalho. Ao fim, a diretora da escola falou a eles que estava surpresa, pois eles eram muito agitados em sala de aula.
Acabei passando uns dez minutos do tempo previsto, mas foi por uma boa causa. Eles estavam mais à vontade no final e, depois de eu pegar algumas logomarcas de “presente” e colar no jaleco bobesponjístico, alguns fizeram o mesmo. Também foi ótimo ouvir alguns falarem sobre as expressões que originaram os ícones.
MEU CHAPÉU! (algo como MINHA NOSSA!)
TÁ LIGADO?
FORA DA GAIOLA (ou GALOIA)
ZIZINHO (como a vó de um deles o chama)
PRETO (designação para camarada, grande amigo)
BIZONHO
Imagino que se perceba aqui uma boa evolução a partir da provocação e do questionamento do Montanha. Fiquei bastante satisfeito e louco para mais provocações.
e aqui um pouco do Anibal Lopez, por Estêvão
Ser uma pedra pode ser legal.
(outras) OFICINAS EM 19/09
José
Iniciando com uma turma que passou pelo roteiro Zona Franca, de 6ª série, pensei em propor o seguinte:
Fala-se sobre o trabalho deles, de modo geral.
Cita-se um texto em específico deles, que se encontra no site Eflúvio Magnético, no qual eles descrevem um achado arqueológico fantástico: uma vela de ignição dentro de um geode de milhões de anos.
----------------
Ao final da manhã, recebemos duas turmas de professores. Eles estavam visitando a exposição através do projeto Arte na Escola, realizado no estado todo.
após uma retomada da exposição e dos questionamentos, atenta-se para um tema freqüente: o território.
Então lembramos do núcleo da Leticia (o vídeo das colheitadeiras) e da Annika Ström. Ali (não o sobrenome da artista, mas o advérbio) a questão do idioma também se apresenta como um território ser desbravado e rompido.
Divididos em dois grupos, os professores devem bolar uma maneira de promover algum protesto (para inspirá-los, fazemos circular um livro de registro de uma manifestação de rua, realizada por crianças e provocada por Annika). Contudo esse protesto deve ser realizado com um idioma imaginário.
Um grupo promoveu um protesto só com o corpo, numa espécie de Coral do Sei Lá.
Outro grupo pintou um grande cartaz com guache.
o que veremos
O vídeo dos professores fazendo o protesto.
O cartaz que eles produziram.
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
Oficina Zona Franca
Roteiro: Zona Franca
Escola: Profº Alcides Cunha
Série: 2ª
Mediadora: Carol Mendoza
Distribui a cada aluno um xerox de um imagem de uma obra do roteiro Zona Franca (imagens que estão na pasta do Material Pedagógico). A partir daquela imagem, cada um poderia fazer o que quisesse. E aí surgem as questões: como interferir nessa imagem? Ignoro-a e desenho algo novo em cima? Ou acrescento elementos nessa imagem já existente? Faço quais alterações? Como reinterpretá-la? O material usado foi caneta hidrocor, giz de cera e lápis de cor, mas também poderiam ser usados outros materias como recortes de revistas, colagem de papéis, barbante, etc. Muitos resultados ficaram bem interessantes.
Podemos fazer um link com a obra de Juan Araújo que se apropia de obra de Alejandro Otero e faz a sua releitura, e também falar a respeito da re-significação feita pelos artistas de algo que já existe (pegar algo com um significado e dar outro a ele).
O Jocelito e a Helen também fizeram essa oficina com alunos maiores (de 7ª série) , e o resultado foi bem legal e proveitoso. è legal ver as diferenças de reinterpretação de cada faixa etária, pois essa oficina pode ser aplicada para qualquer idade.
Carol
sábado, 15 de setembro de 2007
Oficina na mostra Três Fronteiras – 14.09.07
Faixa etária mista: de 5ª à 8ª série.
A turma foi dividida em quatro grupos.
Aos alunos se questionou se entenderam a proposta da mostra, a questão da residência feita pelos artistas na tríplice fronteira e a relação entre os problemas abordados deste lugar e as obras como resultado.
Em seguida, eles foram convidados a perceber e refletir os problemas específicos do centro de Porto Alegre, local que abriga a mostra, e escreveram estes problemas para posterior discussão com a turma.
Assim que todos terminaram essa primeira parte, cada grupo socializou com a turma o que foi discutido.
Depois de todos apresentarem, os grupos escolheram um dos problemas discutidos para que criassem uma idéia de “apresentação artística” como solução ou reflexão deste problema.
Todos apresentaram suas idéias e uma discussão de fechamento foi feita (apesar da agitação da turma por causa do calor) sobre as diferentes possibilidades de se resolver um problema de forma artística.
Grupos
Grupo 2: Nicolas, Thalles, José Paulo, Walter.
Grupo 3: Gabriel, Alexandre, Bruno e Marcelo.
Grupo 4: Reginaldo, Luan, Carlos e Cristian.
Problemas abordados:
Grupo 1
• Camelôs
• Lixo nas ruas
• Falta de policiamento
• Pessoas [andando no meio da] na rua
• Roubo
• Violência
Grupo 2
• Poluição do Guaíba
• Desmatamento das Ilhas
• Pichações
• Mau estado dos produtos
Grupo 3
• Contrabando (camelôs)
• Pichações nos muros
• Poluição no rio
• Assaltos
Grupo 4
• Lixo
• Comércio de contrabando
• Furtos
• Apresentações artísticas informais.
Soluções artísticas propostas:
Grupo 1
Problema escolhido - Lixo na rua
Solução - Desenho
Grupo 2
Problema escolhido – Desmatamento nas ilhas
Solução - Pintura – duas telas, antes e depois.
Grupo 3
Problema escolhido – Pichações
Solução – Desenho
Grupo 4
Problema escolhido – Apresentações artísticas informais
Solução – Uma obra de arte [da Bienal] com uma caixa ao lado com moedas.
Como responsável pela aplicação dessa oficina, concluo que o resultado foi muito bom. Mesmo com a agitação e o calor, os alunos participaram ativamente, e alguns demostraram desenvoltura, capacidade de argumentação e compreensão surpreendentes.
Estêvão da Fontoura
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
Minha primeira vez no Três Fronteiras...
até mais!
José
Não vou agora detalhar as oficinas, mas dar apenas um apanhado dos acontecimentos dos últimos quatro dias, incluindo o onze de setembro no meio.
Neste tempo, foram realizadas 5 oficinas direcionadas para a Mostra Três Fronteiras. Houve turmas desde a 5ª série até o 2º do Ensino Médio. Ou seja, as experiências foram bem diversas. Basicamente o que tenho feito neste espaço, quando se trata de uma oficina antes da visita, é convidá-los a observar a paisagem, delimitando um espaço, um tempo e instituindo o silêncio. Antes de começar a observação, eles se dividem em grupos e recebem papéis sociais. Os papéis variam entre estes: POLICIAIS, CONTRABANDISTAS, INDÍGENAS NATIVOS, EMPRESÁRIOS, PUBLICITÁRIOS, TURISTAS, ARTISTAS, POLÍTICOS.
A principal dificuldade nesta atividade é o tamanho da paisagem, já que vencer a vista do Guaíba e os eventuais barcos, navios e rebocadores que passam por aí é uma tarefa ingrata e impossível. Mesmo delimitando o espaço dos trilhos, inevitavelmente as turmas se aglomeram no gradil e ficam contemplando a água.
Depois da observação, sempre lembrando dos seus papéis sociais, os grupos discutem e estabelecem novas regras para observar a paisagem. Quais as regras conviriam para cada um daqueles grupos sociais?
Os resultados têm sido o padrão até agora, sem muitos problemas, mas também sem grandes avanços.
Convido a nossa colega Jacqueline, que acaba de quebrar o tabu do 3 Fronteiras a expor aqui os resultados da oficina que ela realizou hoje, dia 13, pois estava lendo e achando bem interessantes. Como tu desenvolveu a discussão? De que maneira eles se aprofundaram nos seus papéis?
Também tive experiências pós-roteiro no 3 Fronteiras, que produziram bons resultados. Em uma delas, o grupo foi dividido em quatro e cada qual recebeu os seguintes papéis: POLÍTICOS, ARTISTAS, POLICIAIS, CONTRABANDISTAS. Os POLÍTICOS tinham a tarefa de criar um país imaginário. Os ARTISTAS, uma obra em comum. Os CONTRABANDISTAS estariam contrabandeando a obra que estava sendo criada pelos ARTISTAS, mas o contrabando foi interditado pelos POLICIAIS.
Como a atividade ilícita foi descoberta, os CONTRABANDISTAS tinham a tarefa de discutir o que fazer, o mesmo valendo para os POLICIAIS. Estes decidiriam se participaram do contrabando ou se eram os interditores. O resultado foi muito bom, uma espécie de RPG, em que cada grupo dizia que ação aplicaria, em debate com a ação do outro. Acabou que obra terminou caindo sobre o país imaginário (o não-lugar?), mas foi confiscado pelos policiais, que prenderam os contrabandistas. Uma mistura de artes visuais com teatro, sendo este último tão espontâneo da parte dos alunos, que chegou a me surpreender.
Maravilha! Vai ver foi o eclipse do dia 11 de Setembro que rendeu tão bons frutos, dia em foram realizadas três oficinas ali no 3 Fronteiras.
---------------------------
No dia 10, recebi uma turma só de meninas. Explica-se: quando eles foram solicitados para se separarem, os sexos se repeliram automaticamente. Como a proposta era, divididas em grupos, criar uma obra para resolver um problema, aproveitou-se esse problema de gênero e o resultado foi ótimo. As meninas se engajaram bem na proposta, dando títulos aos trabalhos, propondo leituras (fizemos uma mediação dos trabalhos).
No dia 12, a experiência com uma 4ª série foi linda. Todos muito atentos, disponíveis, fizeram uma roda, sentados no chão e, após a imaginação de um espaço (o rio Guaíba) e a escolha de personagens que viveriam nesse espaço, contaram uma história. Essa história era pontuada por um carretel de linha. Quem estava de posse do dito cujo, dizia a sua parte da narrativa e, ao mencionar o nome de um dos personagens, jogava o carretel para este, segurando o pedaço da linha correspondente.
Restou uma figura tramada no chão. Então, com giz de cera, eles desenharam no chão, respeitando os limites estabelecidos pelos barbantes. E a Sala Multiuso tá pintada agora. Maassa!!
E hoje, dia 13, a experiência foi muito boa também. No susto, peguei uma parte de uma turma de surdos. Ia propor uma atividade para a qual produzi cartazes – tentando melhorá-los, seguindo os conselhos da nossa colega do Zona Franca, Catherine -, mas como fiquei sabendo que eles se encantaram muito com o núcleo do Waltercio Caldas, mudei a proposta e precisei contar com os professores para a tradução.
A atividade foi a seguinte: divididos em três grupos, eles precisariam se imaginar num deserto, cada grupo isolado dos outros dois. Para se comunicar com os outros, eles poderiam usar qualquer objeto presente na sala – cadeiras, colchonetes, papéis, revistas, brinquedos -, mas teriam que usar o mínimo possível de coisas, para ocupar o máximo de espaço.
Os resultados
Um grupo montou uma guerra com os brinquedos, com muitos bebês mortos. A guerra era por causa da água e a ocupação do espaço se deu em cima de colchonetes, com a distribuição dos corpos em cima deles.
Outro grupo, de meninas, colou figuras numa folha, que elas relataram como sendo de mulheres sexy ou artistas famosos. Essa folha foi colocada no centro de vários colchonetes. A idéia era criar a vontade de ver as figuras, mas há um impedimento em função dos colchonetes, que delimitam o espaço.
Outro não produziu nada visualmente, mas na hora de apresentar, simulou uma situação em que três indivíduos do grupo estariam conversando entre si e uma delas precisaria chamá-los, mas estaria impedida pelas cadeiras e como eles são surdos, não haveria como ouvi-la. A solução achada foi tirar o tênis e atirar neles.
------
A outra atividade de hoje foi com uma primeira série. Em parceria com a Luísa, evocamos a lembrança das crianças para os trabalhos, em especial o da Chiho Aoshima, com as tevês de plasma e o desenho japonês. Elas, então, desenharam, com grafite, cidades, casas, prédios. Em seguida, pintaram, com guache, a natureza tomando conta da cidade.
Julgo que, embora a turma tenha sido ótima de trabalhar e as crianças sejam muito fofas, os resultados ficaram bastante na reprodução e, ao evocar a presença da natureza, também ficaram nas borboletas e árvores. Após instigá-los, sobre isso, alguns produziram cachorros e girafas. Tenho certeza que mais um tempinho aí e eles iriam adiante.
Desta oficina não tenho nenhum registro, pois eles levaram os desenhos, mas na medida do possível vou postar as fotos que foram tiradas de todos os trabalhos relatados aqui.
terça-feira, 11 de setembro de 2007
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
ação
domingo, 9 de setembro de 2007
Continuando as apresentações...
Ah, a foto eu "roubei" do orkut!
Bjs a todos!!
Carol
Apresentando a turma!
E se você fosse o artista?
Foi desenvolvido com uma turma de 2º ano do 2º grau que visitou a mostra Três Fronteiras ontem, sábado dia 7.
A partir da visita à mostra Três Fronteiras, onde quatro artistas foram convidados a participar de um programa de residência na região da tríplice fronteira, o grupo é convidado a fazer uma deriva pelo Cais do Porto.
Primeiramente, o grupo deve ser dividido em grupos menores (máximo 4 pessoas por grupo). Em seguida, propõe-se ao grupo o seguinte exercício: se vocês fossem os artistas e estivessem participando de um programa de residência artística aqui, no Cais do Porto durante a Bienal do Mercosul, que elementos e/ou aspectos deste lugar e da vivência neste lugar vocês escolheriam para desenvolver um trabalho artístico?
É interessante, colocá-los na situação de algum dos artistas de 3F. Jaime Gili, por exemplo, encontrou nos letreiros artesanais e entre os motoqueiros da fronteira o material para formalizar o seu trabalho e apresentar a sua vivência aqui na Bienal; Daniel Boskhov encontrou em uma aldeia Guarani o sentido para a realização da vivência naquele lugar; Aníbal López viu no contrabando o assunto para o seu trabalho...
Procure instigar-lhes o olhar e a percepção para as coisas e objetos do lugar, para a paisagem do entorno, para a relação das pessoas com o lugar, enfim... Faça-os ver o lugar com um olhar poético que os ajude a encontrar um "assunto" que possa sucitar um trabalho artístico a partir da deriva pelo Cais.
Em segundo momento, os grupos podem pensar como seria este trabalho: o que vocês vão realizar e/ou como vão apresentar o assunto escolhido?
No fechamento, os grupos apresentarão o resultado da sua vivência para os demais e serão estimulados a trocarem impressões e percepções acerca da atividade e do que foi produzido.
Segue um poema criado no exercício de ontem:
A margem do lago
A neblina que cobre o lago,
o trem que não passa mais,
a solidão dos trilhos dos trens.
E as ondas que batem refletem
como pessoas que vão e vêm
na nossa vida.
Os barcos que passam
como pessoas que se distanciam
de nossas vidas.
Darlei, Ana Paula, Diego e Pricila
Escola Goçalves Ledo
Material: pranchetas, hidrocores e lápis.
A produção do grupo pode ser apresentada como texto, desenho, coleta, etc...
Montanha
sábado, 8 de setembro de 2007
Parabéns equipe do Espaço Educativo!
Quero dar os parabéns à nossa equipe, por ter passado por essa primeira semana com muita disposição, coragem e bom humor! Turma, vocês estão indo muuuuito bem (e aí me dirijo especialmente aos mediadores)!
Quero dedicar também uma homenagem aos que estão postando relatos e comentários no blog. Parabéns, isso aqui tá ficando muito bacana! Sigamos todos o exemplo do nosso colega Zé, que todo dia, incansavelmente, dedica alguns minutos após as oficinas para socializar suas impressões e reflexões quanto às mesmas e ao processo todo.
Já somos vitoriosos, e nosso trabalho certamente vale a pena!
Continuem assim, corajosos e dispostos a superar os desafios.
Orgulhoso,
Estêvão Haeser.
a linha engessada
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
a cor do feriado
A Bienal teve um fluxo interminável de gente que, de pura curiosidade e prazer, formaram filas em todos os núcleos no A3. Não foi diferente com as oficicinas...pura vibração e alegria, provocados pela Maroni, Carol, Izis, Lorena, Nina, Karina, Diones e Carina. O pincel mergulhou na tinta que pingou o papel que deu forma ao acaso, que carimbou a vidraça que provocou muitos olhares e suscitou outras possibilidades de forma e de cor! Parabéns a todos nós que podemos vivenciar estes momentos!!!
Ivone
Mudando a ordem das coisas
Procuremos novos sentidos naquilo que nos cerca.
Movimentemos as coisas ao nosso redor.
Imprimamos sensibilidade nas nossas ações.
Criemos operações poéticas.
Pra que serve uma cadeira?
Você quer sentar?
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
rel(atos)
RELATOS DE HOJE - José
Na primeira oficina do dia, a escola foi a Nossa Senhora da Conceição, localizada em Viamão. A turma era de 7ª série e eles iam visitar a Mostra Zona Franca.
A proposta inicial era a de fazer um passeio com eles pelo Cais para que, ao chegarem ao ateliê, mapeassem o caminho que percorreram, com base na planta baixa dos Armazéns ou mesmo que desenhassem o seu mapa. Ela foi um pouco alterada, devido ao fato de não estar com a planta baixa na mão e também à chuva.
Solicitei que evocassem da memória o caminho que fizeram para chegar até a Bienal e o desenhassem. Em seguida, foram acrescentados elementos que não estavam na paisagem e que eles gostariam que estivessem.
Bom, a turma se comportou de maneira até mais calma do que o “normal”. Mesmo assim, os resultados foram bem bons. Todos se empenharam nos trabalhos e o que se viu foi, salvo algumas exceções, coisas bem diferentes entre si. A professora Ivone, uma das coordenadora do espaço aqui, nos alertou sobre o uso da régua, que pode delimitar um pouco o traço do indivíduo. Talvez ela possa ser bem aproveitada no sentido de mostrar a diferença entre o traço reto e padrão (mapa) e o aparentemente livre e mais pessoal (elementos inseridos depois).
A segunda oficina não aconteceu segundo a proposta, mas foi bem enriquecedora para perceber a diferença entre turmas, os graus de agitação e as diferentes maneiras de reflexão sobre um mesmo tema.
A proposta inicial era, divididos em grupos, compor diferentes quadros com os corpos no espaço. A platéia desenharia os quadros e, após eles terem se modificado levemente, desenhar as mudanças. Isso proporia a mudança com o tempo, como é visto no trabalho da Beth Campbell. Bom, dá pra ver que é um trabalho que precisa de mais tempo e, com a turma agitada que foi, se torna ainda mais difícil. Mas vários elementos desta proposta podem ser pinçados, um a um, e trabalhados de maneira mais profunda em oficinas separadas, imagino.
Como conversávamos a Aila e eu, é importante mesmo crer que alguma mudança, alguma transformação, alguma percepção nova se processa, mesmo que a longuíssimo prazo. Nada de querer propor tudo de uma vez ou se desesperar se mais da metade da turma quer ir ao banheiro, como foi o que aconteceu.
Não somos os donos da verdade e se, não é conosco que a turma ou o indivíduo vai perceber a real importância de determinada coisa, como, no caso, a arte, poderá ser com outra pessoa, com um namorado ou namorada, com um jogo de videogame, com um programa de tevê.
O importante mesmo é estar empenhado e atento às pequenas brechas, nas quais dá pra se inserir para poder pensar e falar sobre o que acreditamos. No caso, aqui, através da arte, dialogando diretamente com a pedagogia. Neste caso, a brecha foi quando todos foram ao banheiro e eu pude falar brevemente com o pequeno grupo que ficou.
Aproveitemos esse precioso tempo que nos é oferecido!
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
como dar outro sentido a um objeto qualquer? pode ser brincando
Plantas dos espaços expositivos do Cais do Porto e Praça da Alfândega
Enviei para os e-mails espacoeducativo@bienalmercosul.art.br e para o e-mail espacoeducativo@gmail.com os PDFs das plantas baixas dos espaços expositivos da 6ª Bienal do Cais do Porto e da Praça da Alfândega.
ab.
Montanha
Exercício de interpretação e representação da paisagem
R4
Escola Inácio Montanha
Oficineiro: Montanha
O exercício proposto foi apresentado ao grupo junto à instalação “Marulho” de Cildo Meireles. O grupo foi convidado a conhecer o trabalho de Cildo e, logo após, fizer uma rápida leitura da obra.
Ficou claro para o grupo que o trabalho propõe uma representação de paisagem de uma forma não convencional, ou seja, não se trata apenas de um desenho, uma pintura ou uma fotografia de uma paisagem, mas sim de uma ambiente de imersão que mimetiza uma paisagem com a representação dos elementos selecionados pelo artista para compor a obra (trapiche, mar, céu e marulho).
Em seguida, o grupo foi dividido em cinco grupos menores. Cada grupo recebeu uma prancheta, alguns lápis e folhas de papel. Os grupos foram convidados a se deslocarem até a beira do cais, saindo pela porta ao lado da obra do Cildo em direção ao rio.
Ali, cada grupo deveria de observar a paisagem e selecionar os elementos que lhes interessou para criar uma representação desta paisagem. A representação proposta pelo grupo deveria procurar uma forma não-convencional de ser apresentada para os demais grupos, procurando fugir da representação bidimensional. Para isto, eles poderiam desenhar, escrever ou verbalizar a proposta do grupo como um pequeno projeto.
Encerrada esta etapa, os grupos voltaram para o espaço de convivência em frente à obra Marulho e iniciaram a apresentação dos projetos.
1- O grupo usou o desenho para apresentar a sua idéia. Eles propuseram uma instalação semelhante à do Cildo Meireles, porém, as cores originais do trabalho (azuis) seriam trocadas por preto para representar a poluição do rio e do ar em Porto Alegre. No meio dos livros espalhados para representar a água (que também seriam pretos) haveria lixo.
2- O grupo também usou o desenho para apresentar a sua proposta que consiste em um desenho de observação da paisagem invertido ou girado. A intenção, segundo os autores, é modificar o olhar sobre a paisagem, como faz o artista venezuelano, também participante da mostra ZF, Muu Blanco.
3- Este grupo também propõe uma paisagem representada com a cor preta como símbolo da poluição ambiental. No desenho consta a frase “Para os turistas o rio Guaíba pode ser limpo mas, para nós porto-alegrenses, não!”.
4- O grupo propôs um desenho de observação da paisagem a partir da grade do cais.
5- Também retratou a sujeira e o lixo nas águas do rio.
a explicação não está na fala
OFICINA 1: A experiência.
Então, como dizia, ontem o Estêvão e eu nos deparamos com a planilha de oficinas e vimos que estavam requisitando intérprete de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) para recepcionar uma turma. A escola foi a Padre Reus, de 8ª série e a experiência foi melhor e pior do que esperávamos. Vamos aos fatos.
Recepcionamos a turma e, na entrada fomos advertidos pela professora da necessidade do intérprete que esteja ligado ao campo das artes, o que é bem diferente de um intérprete como ela, que é professora deles. Pois bem. Julgamos, ainda assim, que os cartazes que produzimos no dia anterior serviriam para nos comunicarmos com eles.
Entramos na sala e iniciamos com um BOM DIA! escrito e passamos aos exercícios. Um breve aquecimento e a divisão em grupos. Se foi um tanto difícil a comunicação através dos primeiros cartazes, de apresentação, foi mais difícil ainda que eles captassem a proposta do exercício através das descrições de ações que passamos a eles.
Ei-las:
FUI À FEIRA.
COMPREI TOMATES NUMA BANCA.
ENTREGUEI À OUTRA.
E FUI EMBORA, SEM DAR EXPLICAÇÕES.
DIMENSÕES DE ACORDO COM OS TOMATES.
UMA CÂMERA QUE INSTALEI NA SACADA DE CASA GRAVOU UM ASSALTO À MÃO ARMADA.
REPRODUZI ESSE VÍDEO EM CDs E OS DEPOSITEI EM CONFESSIONÁRIOS DE IGREJAS, EM MESAS DE REPARTIÇÕES PÚBLICAS E SEDES DE ÓRGÃOS MILITARES.
CARIMBEI EM CÉDULAS DE DINHEIRO A SEGUINTE PERGUNTA:
“DE QUEM É ESSE DINHEIRO?”
RECUPEREI A PRIMEIRA CARTA DE AMOR QUE RECEBI NA VIDA, FIZ CÓPIAS E AS DISTRIBUÍ ENTRE REVISTAS E FILMES PORNOGRÁFICOS POR VÁRIOS LUGARES DA CIDADE.
DIMENSÕES ESTRANHAS
ESCREVI CARTAS DE AMOR A PESSOAS DESCONHECIDAS E AS DEPOSITEI EM SUAS CAIXAS DE CORREIO. NÃO ASSINEI E NEM DEIXEI ENDEREÇO PARA RESPOSTA.
ESTOU ATÉ HOJE AGUARDANDO QUE ME FAÇAM O MESMO.
PRODUZIR PLACAS COM NOMES DE RESTAURANTES E AFIXAR EM LIXOS E DETRITOS PELA CIDADE.
DIMENSÕES GRANDES
Uma colega nossa, que é mediadora da Mostra Zona Franca, a Tati, também entende um pouco de LIBRAS e nos atentou para o grave problema que é não ter nenhum intérprete contratado, até mesmo na equipe de mediadores. O Estêvão e eu tentamos produzir as frases e as ações pela intuição, sem nos darmos conta de que, por exemplo, a construção de frases para quem não ouve é muito diferente daquela usada por nós. A Tati disse, por exemplo, que a conjugação dos verbos, os tempos verbais precisam ser outros, no infinitivo, mais diretos. Dado isso, percebemos a dificuldade deles em interpretar o que propúnhamos. Contudo, em geral estavam bem empolgados com a oficina e dispostos a fazer mesmo. O que foi fundamental para o fechamento do trabalho.
Eles foram divididos em quatro grupos e o resultado de cada um deles foi ótimo. Em pelo menos dois, percebeu-se não só uma interpretação do que estava proposto, mas uma transcendência, uma outra leitura. Foi lindo mesmo.
Mesmo assim, fica o alerta. Já conversamos sobre isso e a Letícia, coordenadora do Espaço Educativo aqui, está providenciando esse contato para solicitarmos o intérprete, que julgamos de vital importância. Após a mediação – nós havíamos recebido a turma antes do roteiro – a Tati veio falar conosco e ficou mais evidente que, embora eles curtam a visita e a oficina, a compreensão, a troca, o diálogo se torna essencial para avançar no entendimento da idéia do artista e, conseqüentemente, transcendê-la.
Enquanto esse profissional não surge aí, o Estêvão e eu estamos reformulando os cartazes para podermos trabalhar melhor – imaginamos – com uma próxima turma.
OFICINA 2: O Outro Lado da Fala
Engraçado propor a mesma oficina para um grupo de falantes e, embora, a compreensão da proposta seja mais ágil, o resultado não seja assim tão tocante ou questionador ou reflexivo. Ficamos com a interpretação literal dos enunciados, sem falar no grupo que não quis apresentar. Eles estavam cansados, após caminharem pelo roteiro.
Nota: comunique-se bem com o professor, seduza-o para que ele te ajude na oficina. Mas, se não der certo, se a expectativa não corresponder, é bobagem. Propor já é tudo. A semente se planta e a incompletude, associada à preguiça, é só um mero obstáculo, que faz parte do processo.
José - Espaço Educativo
terça-feira, 4 de setembro de 2007
uma obra, muitos papéis
Foi bem massa!!
LOCAL: Espaço de Convivência do Zona Franca
DURAÇÃO: 30-40 min.
MEDIADORES: ANA LÍDIA, JAQUELINE, JOSÉ E TELMA
ESCOLA: Inácio Montanha (Azenha)
SÉRIE: 2º ano do Ensino Médio
QUANTIDADE DE ALUNOS: 15
ROTEIRO PERCORRIDO: Três Fronteiras e, parcialmente, Zona Franca
Os indivíduos se distribuem em quatro mesas, de maneira mais ou menos uniforme. A cada uma delas é atribuído um papel social, sorteado por um dos integrantes da mesa. Os papéis podem ser variados e, neste caso, foram escolhidos em função do roteiro que eles percorreram. Inicialmente, pensando na mostra Três Fronteiras, os papéis foram: GOVERNANTE, PUBLICITÁRIO, ÍNDIO NATIVO, TURISTA. Devido à informação de que eles visitaram a obra do Yoshua Okon, o papel GOVERNANTE foi trocado por POLICIAL.
Lê-se essa notícia (eventualmente ela terá que ser melhor explicada, grupo a grupo):
SÃO PAULO - A empresa colombiana Probación Cultural S/A, que na manhã de hoje adquiriu por R$ 1,19 bilhão o controle e uso de todas as obras da 6ª Bienal do Mercosul, situadas na Mostra Três Fronteiras, mais especificamente os trabalhos de Daniel Bozhkov, Minerva Cuevas, Jaime Gili e Aníbal Lopes, estuda a possibilidade de, no futuro, investir numa campanha que possa tornar esse tipo de negócio rentável, no Brasil. Segundo o diretor de estratégia corporativa internacional da companhia, Pablo Ramirez, a atividade "tem maior potencial de crescimento do que a transmissão de conhecimento". Mesmo assim, a empresa colombiana vai continuar investindo em escolas e cursos técnicos no Brasil, a fim de consolidar sua posição na América do Sul. O executivo adiantou que a companhia irá participar do próximo leilão de obras que será realizado em novembro. Segundo Ramirez, a empresa tem interesse em todas as produções locais que serão oferecidas no leilão.Sobre a compra, o executivo informou que os recursos são provenientes do caixa da companhia e de financiamentos em geral. Porém, não revelou a proporção em que o pagamento foi estruturado. Ramirez adiantou ainda que o principal agente cultural no Brasil será brasileiro, mas não anunciou seu nome.A companhia colombiana venceu o leilão das obras ao oferecer R$ 38,09 por lote de mil ações, um ágio de 57,98% em relação ao preço mínimo estabelecido, de R$ 24,11 por lote de mil ações.
Os grupos sociais são residentes no Brasil (ou estão no Brasil, no caso dos turistas) e devem discutir o que farão em relação à venda das obras. Em seguida são distribuídos materiais para que eles expressem o que discutiram e se apresenta para o grande grupo.
O resultado foi bastante satisfatório, pois em geral, houve bastante engajamento nos seus papéis, boas discussões. Os policiais, por exemplo, pensaram em pedir ajuda aos publicitários para fazer uma campanha que “elevasse a moral” da sua classe, que seria, com certeza, mal vista, após a exposição das suas imagens, na obra do Yoshua Okon. Os publicitários aproveitariam a situação para se associar à empresa compradora e se associariam à Bienal. Os turistas fariam um protesto na sede da empresa, requisitando as “suas obras” de volta. É interessante notar como os índios foram os que tiveram uma produção de desenhos mais intensa. Uma das meninas, representando o grupo, falou na indignação que seria a venda da mostra. “Vamos ficar quietos nas nossas ocas. Isso não nos beneficiaria em nada.”
José
Espaço Educativo - Cais
ações de guerrilha robletenses
Imaginamos que será bem divertido.
Amanhã postamos o que aconteceu.
José
Espaço Educativo - Cais
tinha um barco no meio do caminho
Viva a impermanência!
PROPOSTA DE OFICINA
Retoma-se o núcleo do Leopoldo Estol e se faz um comentário sobre como as coisas estão interligadas. Exemplos práticos.
Exercício: entrega-se o carretel de linha para um indivíduo. Ele irá contar sobre o seu dia, começando com o primeiro acontecimento. Em seguida, passa o carretel para o próximo, que faz o mesmo e assim, sucessivamente. Ao final, teremos a história de uma pessoa e muitos fios ligando todos eles. Sugere-se que um deles se mexa para ver como esse movimento afeta todos os outros.
Após todos se desenrolarem, se houver tempo, cada um faz um desenho para lembrar da história que foi contada.
Fechamento: Mostrar como todos ocuparam o espaço e ajudá-los a relembrar a história. Lembrar dos núcleos do Waltercio Caldas e do Alberto Greco e ligar com o exercício, mostrando, com isso, que as coisas estão interligadas.
OFICINA REALIZADA
A proposta da história foi bem contemplada e a turma participou, embora parecessem cansados. Então foi proposto que todos caminhassem juntos, puxados pela teia que se formou com o barbante e todos se dirigiram à parte de fora do Cais. Contudo, a presença de um barco ancorando no porto foi muito mais atrativa e eles logo esqueceram o exercício. Tentou-se um fechamento, retomando a história e sugerindo a presença do barco durante o dia do personagem, mas todos já estavam se dirigindo ao ônibus. Mesmo assim, propôs-se que retornassem o material que produziriam (seja escrevendo a história, pintando, desenhando) e, afora a presença do barco, todos se mostraram bem dispostos e, inclusive, enrolaram o carretel de linha e devolveram, agradecendo e se despedindo.
Foi divertido ver as crianças pedindo para andar no barco, perguntando por que não podiam, sugerindo formas de fazê-lo, a despeito dos cuidados da segurança para que não subissem no gradil.
Espaço Educativo - Cais