sábado, 15 de setembro de 2007

Oficina na mostra Três Fronteiras – 14.09.07






Escola Estadual Professora Marieta da Cunha Silva
Faixa etária mista: de 5ª à 8ª série.

A turma foi dividida em quatro grupos.
Aos alunos se questionou se entenderam a proposta da mostra, a questão da residência feita pelos artistas na tríplice fronteira e a relação entre os problemas abordados deste lugar e as obras como resultado.
Em seguida, eles foram convidados a perceber e refletir os problemas específicos do centro de Porto Alegre, local que abriga a mostra, e escreveram estes problemas para posterior discussão com a turma.
Assim que todos terminaram essa primeira parte, cada grupo socializou com a turma o que foi discutido.
Depois de todos apresentarem, os grupos escolheram um dos problemas discutidos para que criassem uma idéia de “apresentação artística” como solução ou reflexão deste problema.
Todos apresentaram suas idéias e uma discussão de fechamento foi feita (apesar da agitação da turma por causa do calor) sobre as diferentes possibilidades de se resolver um problema de forma artística.

Grupos


Grupo 1: Larissa, Bruna Morais, Camilla Santos, Andressa, Bruna Fraga e Michele.
Grupo 2: Nicolas, Thalles, José Paulo, Walter.
Grupo 3: Gabriel, Alexandre, Bruno e Marcelo.
Grupo 4: Reginaldo, Luan, Carlos e Cristian.

Problemas abordados:

Grupo 1

• Camelôs
• Lixo nas ruas
• Falta de policiamento
• Pessoas [andando no meio da] na rua
• Roubo
• Violência

Grupo 2

• Poluição do Guaíba
• Desmatamento das Ilhas
• Pichações
• Mau estado dos produtos

Grupo 3

• Contrabando (camelôs)
• Pichações nos muros
• Poluição no rio
• Assaltos

Grupo 4

• Lixo
• Comércio de contrabando
• Furtos
• Apresentações artísticas informais.

Soluções artísticas propostas:

Grupo 1
Problema escolhido - Lixo na rua
Solução - Desenho

Grupo 2
Problema escolhido – Desmatamento nas ilhas
Solução - Pintura – duas telas, antes e depois.

Grupo 3
Problema escolhido – Pichações
Solução – Desenho

Grupo 4
Problema escolhido – Apresentações artísticas informais
Solução – Uma obra de arte [da Bienal] com uma caixa ao lado com moedas.

Como responsável pela aplicação dessa oficina, concluo que o resultado foi muito bom. Mesmo com a agitação e o calor, os alunos participaram ativamente, e alguns demostraram desenvoltura, capacidade de argumentação e compreensão surpreendentes.

Estêvão da Fontoura

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Minha primeira vez no Três Fronteiras...

Oi, gente! Hoje foi a minha primeira oficina no Três Fronteiras. Eu e a Aila fomos fazer uma oficina para alunos da segunda, terceira série juntos com alunos da oitava. Foi um grande desafio! Propusemos que eles se dividissem em grupos de acordo com a série, sentassem nas mesas do Espaço de Convivência, e que cada grupo seria um país. Eles deveriam pensar no que haveria em seu país, um nome para o país, os habitantes, e como tratariam da questão da fronteira com os demais países (a fronteira era representada pelos espaços entre as mesas). Depois, eles representariam o país em uma cartolina, com desenhos ou palavras. Ao final, autores do país visitariam os outros países e escolheriam alguma coisa pertencente ao outro país que eles desejavam que existisse no seu país imaginário. A atividade foi legal, mas as crianças, por serme muito pequenas, ficaram um pouco limitadas a desenhos de sol, água, nuvens, passarinhos, e o nome de seus países era Brasil. Acho que é uma atividade que dá mais certo para Ensino Médio e adultos. Era isso...
até mais!
Panorama geral de quatro dias.
José

Não vou agora detalhar as oficinas, mas dar apenas um apanhado dos acontecimentos dos últimos quatro dias, incluindo o onze de setembro no meio.

Neste tempo, foram realizadas 5 oficinas direcionadas para a Mostra Três Fronteiras. Houve turmas desde a 5ª série até o 2º do Ensino Médio. Ou seja, as experiências foram bem diversas. Basicamente o que tenho feito neste espaço, quando se trata de uma oficina antes da visita, é convidá-los a observar a paisagem, delimitando um espaço, um tempo e instituindo o silêncio. Antes de começar a observação, eles se dividem em grupos e recebem papéis sociais. Os papéis variam entre estes: POLICIAIS, CONTRABANDISTAS, INDÍGENAS NATIVOS, EMPRESÁRIOS, PUBLICITÁRIOS, TURISTAS, ARTISTAS, POLÍTICOS.

A principal dificuldade nesta atividade é o tamanho da paisagem, já que vencer a vista do Guaíba e os eventuais barcos, navios e rebocadores que passam por aí é uma tarefa ingrata e impossível. Mesmo delimitando o espaço dos trilhos, inevitavelmente as turmas se aglomeram no gradil e ficam contemplando a água.

Depois da observação, sempre lembrando dos seus papéis sociais, os grupos discutem e estabelecem novas regras para observar a paisagem. Quais as regras conviriam para cada um daqueles grupos sociais?

Os resultados têm sido o padrão até agora, sem muitos problemas, mas também sem grandes avanços.

Convido a nossa colega Jacqueline, que acaba de quebrar o tabu do 3 Fronteiras a expor aqui os resultados da oficina que ela realizou hoje, dia 13, pois estava lendo e achando bem interessantes. Como tu desenvolveu a discussão? De que maneira eles se aprofundaram nos seus papéis?

Também tive experiências pós-roteiro no 3 Fronteiras, que produziram bons resultados. Em uma delas, o grupo foi dividido em quatro e cada qual recebeu os seguintes papéis: POLÍTICOS, ARTISTAS, POLICIAIS, CONTRABANDISTAS. Os POLÍTICOS tinham a tarefa de criar um país imaginário. Os ARTISTAS, uma obra em comum. Os CONTRABANDISTAS estariam contrabandeando a obra que estava sendo criada pelos ARTISTAS, mas o contrabando foi interditado pelos POLICIAIS.

Como a atividade ilícita foi descoberta, os CONTRABANDISTAS tinham a tarefa de discutir o que fazer, o mesmo valendo para os POLICIAIS. Estes decidiriam se participaram do contrabando ou se eram os interditores. O resultado foi muito bom, uma espécie de RPG, em que cada grupo dizia que ação aplicaria, em debate com a ação do outro. Acabou que obra terminou caindo sobre o país imaginário (o não-lugar?), mas foi confiscado pelos policiais, que prenderam os contrabandistas. Uma mistura de artes visuais com teatro, sendo este último tão espontâneo da parte dos alunos, que chegou a me surpreender.
Maravilha! Vai ver foi o eclipse do dia 11 de Setembro que rendeu tão bons frutos, dia em foram realizadas três oficinas ali no 3 Fronteiras.

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No dia 10, recebi uma turma só de meninas. Explica-se: quando eles foram solicitados para se separarem, os sexos se repeliram automaticamente. Como a proposta era, divididas em grupos, criar uma obra para resolver um problema, aproveitou-se esse problema de gênero e o resultado foi ótimo. As meninas se engajaram bem na proposta, dando títulos aos trabalhos, propondo leituras (fizemos uma mediação dos trabalhos).

No dia 12, a experiência com uma 4ª série foi linda. Todos muito atentos, disponíveis, fizeram uma roda, sentados no chão e, após a imaginação de um espaço (o rio Guaíba) e a escolha de personagens que viveriam nesse espaço, contaram uma história. Essa história era pontuada por um carretel de linha. Quem estava de posse do dito cujo, dizia a sua parte da narrativa e, ao mencionar o nome de um dos personagens, jogava o carretel para este, segurando o pedaço da linha correspondente.

Restou uma figura tramada no chão. Então, com giz de cera, eles desenharam no chão, respeitando os limites estabelecidos pelos barbantes. E a Sala Multiuso tá pintada agora. Maassa!!

E hoje, dia 13, a experiência foi muito boa também. No susto, peguei uma parte de uma turma de surdos. Ia propor uma atividade para a qual produzi cartazes – tentando melhorá-los, seguindo os conselhos da nossa colega do Zona Franca, Catherine -, mas como fiquei sabendo que eles se encantaram muito com o núcleo do Waltercio Caldas, mudei a proposta e precisei contar com os professores para a tradução.
A atividade foi a seguinte: divididos em três grupos, eles precisariam se imaginar num deserto, cada grupo isolado dos outros dois. Para se comunicar com os outros, eles poderiam usar qualquer objeto presente na sala – cadeiras, colchonetes, papéis, revistas, brinquedos -, mas teriam que usar o mínimo possível de coisas, para ocupar o máximo de espaço.

Os resultados

Um grupo montou uma guerra com os brinquedos, com muitos bebês mortos. A guerra era por causa da água e a ocupação do espaço se deu em cima de colchonetes, com a distribuição dos corpos em cima deles.
Outro grupo, de meninas, colou figuras numa folha, que elas relataram como sendo de mulheres sexy ou artistas famosos. Essa folha foi colocada no centro de vários colchonetes. A idéia era criar a vontade de ver as figuras, mas há um impedimento em função dos colchonetes, que delimitam o espaço.


















Outro não produziu nada visualmente, mas na hora de apresentar, simulou uma situação em que três indivíduos do grupo estariam conversando entre si e uma delas precisaria chamá-los, mas estaria impedida pelas cadeiras e como eles são surdos, não haveria como ouvi-la. A solução achada foi tirar o tênis e atirar neles.

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A outra atividade de hoje foi com uma primeira série. Em parceria com a Luísa, evocamos a lembrança das crianças para os trabalhos, em especial o da Chiho Aoshima, com as tevês de plasma e o desenho japonês. Elas, então, desenharam, com grafite, cidades, casas, prédios. Em seguida, pintaram, com guache, a natureza tomando conta da cidade.
Julgo que, embora a turma tenha sido ótima de trabalhar e as crianças sejam muito fofas, os resultados ficaram bastante na reprodução e, ao evocar a presença da natureza, também ficaram nas borboletas e árvores. Após instigá-los, sobre isso, alguns produziram cachorros e girafas. Tenho certeza que mais um tempinho aí e eles iriam adiante.

Desta oficina não tenho nenhum registro, pois eles levaram os desenhos, mas na medida do possível vou postar as fotos que foram tiradas de todos os trabalhos relatados aqui.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

luz na zona franca...







criando relações com o espaço...
produzindo imagens com um material específico em espaço/lugar delimitado


10 de setembro à noite...
















segunda-feira, 10 de setembro de 2007

um lugar dentro de outro lugar...











ação

turma da oficina 'extra' as 18:30 no feriado
Maroni comandou a festa com a ajuda da Karina, Lorena, Diones e muito mais...

olha os parceiros aí!!


só o sorriso já diz bastante..





corta, recorta, dobra, organiza, registra... a turma não para um segundo... só quando toca o 'apito do abraço'.

domingo, 9 de setembro de 2007

Continuando as apresentações...


Continuando com a proposta do nossa amigo Estevão, vou apresentar então a Izis, que trabalha conosco no espaço educativo. Assim como eu, ela já trabalhou no Santander Cultural, e além disso estuda Moda na Feevale. Pelo nossa convivência, que ainda não é muita mas já dá pra ver muita coisa, ela é uma guria muito esforçada, companheira, uma pessoa que dá pra contar quando se precisa! É uma grande colega, e curto muito trabalhar com ela, assim como com todo pessoal do espaço educativo!

Ah, a foto eu "roubei" do orkut!

Bjs a todos!!

Carol

Apresentando a turma!


Percebi que em vários tópicos postados anteriormente são citados vários membros da equipe de coordenação e de mediadores do espaço educativo da 6ª Bienal do Mercosul. Porém, nem todos os leitores aqui do blog conecem as pessoas da equipe. Então decidi lançar a seguinte proposta: Apresente um colega! Cada membro da equipe apresenta outro, colocando uma foto e um comentário positivo sobre o colega.


Vou começar apresentando o meu grande amigo Jorge Bucksdricker, mais conhecido como Béco.

O cara, é meu amigão, desde os tempos de colégio, rock n' roll, cabelo comprido, festas bombásticas em Rainha do Mar e outras irresponsabilidades. Já se vão por aí algo como uns 15 anos de amizade, no mínimo. E o mais estranho é que jamais pensei que trabalharíamos juntos, pois ele é filósofo/poeta (Mestre!) e eu artista (que visão limitada eu tinha!!). Mas o fato é que essa é nossa segunda Bienal do Mercosul como parceiros em atividade de coordenação de equipe e tenho certeza de que muitas outras atividades conjuntas virão. O Béco é supercriativo, ótimo professor de filosofia, uma cara culto e generoso (em termos de transmitir o que aprendeu). Conheça ele no espaço educativo, faça uma de suas oficinas e perceba o grande cara que ele é. Ao lado, a foto da figura. Um abraço!


Estêvão

E se você fosse o artista?

Este é um exercício de percepção e de sensibilização do olhar, baseado na idéia de "deriva".
Foi desenvolvido com uma turma de 2º ano do 2º grau que visitou a mostra Três Fronteiras ontem, sábado dia 7.

A partir da visita à mostra Três Fronteiras, onde quatro artistas foram convidados a participar de um programa de residência na região da tríplice fronteira, o grupo é convidado a fazer uma deriva pelo Cais do Porto.

Primeiramente, o grupo deve ser dividido em grupos menores (máximo 4 pessoas por grupo). Em seguida, propõe-se ao grupo o seguinte exercício: se vocês fossem os artistas e estivessem participando de um programa de residência artística aqui, no Cais do Porto durante a Bienal do Mercosul, que elementos e/ou aspectos deste lugar e da vivência neste lugar vocês escolheriam para desenvolver um trabalho artístico?

É interessante, colocá-los na situação de algum dos artistas de 3F. Jaime Gili, por exemplo, encontrou nos letreiros artesanais e entre os motoqueiros da fronteira o material para formalizar o seu trabalho e apresentar a sua vivência aqui na Bienal; Daniel Boskhov encontrou em uma aldeia Guarani o sentido para a realização da vivência naquele lugar; Aníbal López viu no contrabando o assunto para o seu trabalho...

Procure instigar-lhes o olhar e a percepção para as coisas e objetos do lugar, para a paisagem do entorno, para a relação das pessoas com o lugar, enfim... Faça-os ver o lugar com um olhar poético que os ajude a encontrar um "assunto" que possa sucitar um trabalho artístico a partir da deriva pelo Cais.

Em segundo momento, os grupos podem pensar como seria este trabalho: o que vocês vão realizar e/ou como vão apresentar o assunto escolhido?
No fechamento, os grupos apresentarão o resultado da sua vivência para os demais e serão estimulados a trocarem impressões e percepções acerca da atividade e do que foi produzido.


Segue um poema criado no exercício de ontem:


A margem do lago

A neblina que cobre o lago,
o trem que não passa mais,
a solidão dos trilhos dos trens.

E as ondas que batem refletem

como pessoas que vão e vêm
na nossa vida.

Os barcos que passam
como pessoas que se distanciam
de nossas vidas.

Darlei, Ana Paula, Diego e Pricila
Escola Goçalves Ledo


Material: pranchetas, hidrocores e lápis.
A produção do grupo pode ser apresentada como texto, desenho, coleta, etc...


Montanha